AGOSTINHO: O AMANTE INQUIETANTE QUE ENCONTROU O AMADO.
Província Santa Rita e Cássia
Brasil
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COMPARTILHAMOS AQUI UM ARTIGO
REDIGIDO PELO RELIGIOSO FREI RICARDO ALBERTO DIAS, OAR, NO QUAL NOS CONVIDA A
REFLEXÃO SOBRE SANTO AGOSTINHO E SEU IMENSO AMOR PELO AMADO, JESUS CRISTO.
Santo
Agostinho, aquele do qual é dito através dos séculos: “o mais santo dos sábios e o mais sábio dos santos”. Até ao ponto
de alguns utilizarem-se da seguinte alegoria: “Jesus fundou a Igreja, Paulo o Cristianismo e Agostinho o Catolicismo”.
Por isso e por outros motivos, ele é considerado pela tradição eclesial, o
maior “Padre” (significa pai, aqueles pertencentes ao período denominado “Patrística”,
sistematizadores do Catolicismo) da Igreja Latina.
Mas,
quem foi este homem que ainda hoje continua a inspirar milhares de seguidores,
milhares de estudiosos, que mesmo sem uma crença teísta, se enamoram por este
grande sábio e pastor, subitamente arrebatado pelo amor inebriante ao Criador. Se
formos relatar a intensa vida de busca inquietante de Agostinho pelo Amor, que
como ele disse, “é o próprio Deus”, essas páginas seriam por demais
insuficientes. Portanto, tentaremos fazer um apanhado de sua história, passando
pelos momentos cruciais em sua caminhada rumo ao encontro como ele mesmo disse,
com a Beleza sempre antiga e sempre nova.
Aurélio
Agostinho nasceu na região norte da África em 354 e morreu em 430. Era filho de
Mônica, mulher piedosa e cristã que procurou educar seus filhos segundo a
doutrina cristã, tanto que em sua autobiografia, denominada “As Confissões”,
Agostinho diz que junto com o leite materno já bebia também o nome de Cristo.
Já seu pai, chamava-se Patrício e era pagão; entretanto com as súplicas e
incessantes orações de Mônica, antes de sua morte, converteu-se e foi batizado.
No
decorrer de sua vida, Agostinho teve contato com a seita do Maniqueísmo
(sistema religioso que une elementos cristãos e pagãos e que pregam a
existência de dois deuses, um que é o princípio e autor de todo bem e outro que
é princípio e autor de todo mal. Esta seita foi considerada herética e
condenada pela Igreja, pena que ainda hoje sua ideologia continua arraigada em
nossa sociedade e cultura).
Como
grande orador, mestre nas palavras que era, ensinou retórica e oratória nas
cidades italianas de Roma e Milão. Nesta última cidade teve contato com o
neoplatonismo cristão. Através dos sermões do bispo Santo Ambrósio, as palavras
do Cristo foram adentrando aos seus ouvidos e instalando-se em seu coração.
Decidiu-se ser por completo do Senhor. Voltou para sua terra natal no norte da
África e ali começou uma vida monástica com alguns amigos, dedicando-se a
oração, estudo e trabalho, tendo tudo em comum com seus irmãos. Seu desejo era
somente o de ser monge. Mas, o Senhor lhe chamava a ser pastor e em 395, passou
a ser bispo, atuando na diocese africana de Hipona.
Agostinho
foi também um exímio escritor. Escreveu diversas obras e sermões importantes. Por
exemplo, em “A Cidade de Deus”,
combate às heresias e o paganismo. Já na obra “Confissões” faz uma descrição de sua vida antes da conversão ao
cristianismo, quando ainda amava as criaturas acima do Criador.
No
dia 28 de agosto de 430, durante um ataque dos vândalos (povo bárbaro
germânico) ao norte da África, Agostinho parte para casa do Pai. No entanto,
seus filhos e filhas continuam seu ideal de vida, procurando viver em
comunidade, tendo tudo em comum, em um só coração e em uma só alma, dirigidos
para Deus.
Agostinho
é um exemplo daqueles amantes que incessantemente e por toda vida esteve à
procura do Amado, ou seja, do próprio Deus. E ao encontra-lo, continuou a
procurá-lo, pois como ele mesmo nos disse: “Deus é mais íntimo do que a nossa
própria intimidade, se não nos é possível compreendê-lo, resta-nos amá-lo com
tudo aquilo que somos”.
Frei
Ricardo A. Dias, OAR
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