AGOSTO: MÊS VOCACIONAL: ARTIGO DE FREI RHUAM.
Seminário Teológico Santa Mônica
São Paulo-SP
Monjas Agostinianas Recoletas
São Paulo-SP
Alguns frades da Província Santa Rita
“O Senhor me
chamou a trabalhar, a messe é grande a ceifar.”
“A ceifar o Senhor
me chamou, Senhor, aqui estou.”
Trabalhar na messe. Por vezes me perguntei qual o significado
deste convite feito por Jesus; por momentos duvidei se realmente era o Senhor
quem me convidava e o questionei assim como os grandes profetas do por quê
consagrar-me ao seu serviço.
As interrogações, a insegurança, a distância da família e dos
amigos, as renúncias...quantas coisas nos fazem “olhar para traz como a mulher
de Ló” (Gn 19,26) e por conta disto, nos paralisamos pelo medo, que ao longo de
nossa existência e de nossa opção vocacional sentiremos à medida que o novo se
aproxima.
Costumo comparar o medo a um quarto no qual nos
enclausuramos, nele temos conforto e segurança, o sol não nos molestará e a
proteção será certa, porém, este mesmo quarto nos impedirá de sentir a
liberdade de caminhar e descobrir o que há além da janela.
A ceifar o Senhor
me chamou!
Nossos olhos contemplam esta grande plantação que necessita
de pessoas com disposição para ceifar, mas este trabalho requer coragem e
audácia, porque o sol nos queima a pele e nos faz suar, as mãos podem se
machucar e a fadiga pelo cansaço pode aparecer. “A messe é grande e os
operários são poucos” (Lc 10,2) e a insegurança não pode manter-nos imóveis
perante esta realidade e esta necessidade do Senhor de continuar a falar, curar
e confortar as pessoas.
A messe a ceifar em nossa vida e em nossa opção vocacional é
extensa e precisa que “nos despertemos do sono” (Ef 5,14) e reafirmemos nosso
sim mesmo com as dificuldades que nos assolam. Mais do que uma resposta que brota
de um coração agradecido, a vocação é iniciativa de Deus que conhece todo meu
ser antes mesmo das “palavras chegarem à minha boca”(Sl 139), conhecendo Ele
minhas limitações antes de serem expostas por mim.
Vocação é pôr-se a serviço assim como Elizeu se colocou à
disposição de Elias imolando seu ser para que Deus fizesse nele o que bem
entendesse (I Rs 19,19); é ser obediente até as últimas consequências como
Estevão (At 7,57); é doar-se por inteiro como a Santíssima Virgem Maria que
mesmo em meio a dor de seu Filho se fez presente (Jo 19,25).
Quando compreendemos que as dificuldades do caminho devem nos
fortalecer, conseguimos mais facilmente conscientizarmos que “nem a tribulação,
angustia, perseguição, fome, nudez, perigos ou espada poderão nos separar do
amor de Deus” (Rm 8,35). Seguir a Cristo não nos isenta dos sofrimentos e os
apóstolos e os santos não ficaram imunes, eles conseguiram vencê-los colocando
em Cristo seu foco. Qual o segredo de fortalecer o sim? Reconhecer diariamente
as minhas limitações e pedir a Deus para que venha em meu auxilio onde
justamente sou mais fraco.
Trabalhar nesta messe onde eu e você dissemos sim deve
inspirar estes sentimentos de disposição e alegria de seguir a uma Pessoa que
“olhou em nossos olhos com amor e nos elegeu” (Mt 9,9). Nada pode ser maior que
este chamado feito por Ele e a luz de seus olhos penetrando nos nossos não pode
ser ofuscado por situações passageiras. Seu amor me seduziu, por isso, “aqui estou”
(I Sm 3,5).
Frei
Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida, OAR - Jornal Online “A Voz de Lourdes” –
Agosto 2014
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