SANTO AGOSTINHO E A CONTEMPLAÇÃO DA TRINDADE.
Província Santa Rita de Cássia
Brasil
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Santo Agostinho no diálogo com o misterioso menino a beira-mar
COMPARTILHAMOS AQUI MAIS UM ARTIGO REDIGIDO PELO RELIGIOSO FREI
RICARDO ALBERTO DIAS, OAR, NO QUAL NOS CONVIDA A REFLEXÃO SOBRE A TRINDADE EM
SANTO AGOSTINHO:
“Deus é um mistério tão profundo, que
nosso intelecto não pode compreender, caso contrário, não seria Deus. Desde
crianças, aprendemos que Deus é Uno e Trino; Uno em natureza e Trino em pessoas
e este é o mistério central de nossa fé.
Um Deus em três pessoas. Por meio da
revelação do próprio Jesus sabemos que Deus é Trindade, que Ele é Pai, é Filho
e é Espírito Santo, a perfeita comunidade; ainda mais, Deus é eternamente
diálogo, companhia, reciprocidade. Enfim, Deus é Trindade, pois é doação,
porque “Deus é Amor” (1 Jo 5,16) e, consequentemente, vida, ação e entrega.
Podemos dizer, que Santo Agostinho foi
um dos maiores mestres em pensar o mistério da Trindade. Para Santo Agostinho,
Deus não é algo, por mais grandioso e perfeito
que se possa imaginá-lo, mas alguém que é o ser,
o imutável, o bem e a verdade. Praticamente,
quase toda doutrina acerca da Trindade de santo Agostinho se centra em sua obra
“De Trinitate” que durou cerca de vinte anos para ser regida, terminando-a por
volta do ano de 419-420 e que vale a pena lermos e meditá-la.
Podemos aqui fazer alusão a uma
conhecidíssima história de Santo Agostinho. Esse grande santo, num dia de
reflexão, andava por uma das praias do norte da África, quando encontrou uma
criança querendo colocar, com uma conchinha, toda a água do mar num buraco
feito na areia. Quando Agostinho falou que ela não conseguiria colocar o mar
nesse buraco, a misteriosa criança retrucou que também ele não conseguiria
colocar o mistério da Santíssima Trindade em sua cabeça por mais que se
esforçasse.
Excelente lição! Se nossa cabeça não
comporta a Trindade, nós podemos e devemos fazer o contrário: colocar nossa
cabeça no mistério da Trindade, participando de tudo o que o Pai, o Filho e o
Espírito nos dão a conhecer.
E não esqueçamos que a Igreja nasceu da
Santíssima Trindade, pois, como afirma o Concílio Vaticano II, citando uma
expressão de São Cipriano, é "um povo reunido na unidade do Pai e do Filho
e do Espírito Santo" (Lumen Gentium, nº 4).
Queridos irmãos e irmãs, o mistério da Santíssima
Trindade mostra-nos que Deus é uma comunidade e, sem dúvida, a mais perfeita de
todas. Uma comunidade tão unida que, mesmo sendo as três pessoas diferentes uma
da outra, são um só e único Deus, a ponto de São João afirmar: "Deus é
amor!" (1Jo 4,16). E Deus nos criou parecidos com Ele, à sua imagem e
semelhança. Assim concluímos que, embora sejamos diferentes, fomos criados para
vivermos numa comunidade marcada pelo amor.
Os primeiros cristãos foram exemplo:
eles conseguiram formar uma comunidade tão unida a ponto de serem admirados e
estimados por todos (At 4,32-35). Essa é a maneira melhor de viver a vida, à
imitação da Santíssima Trindade, que, concretamente, nos mostra que o amor pode
ser vivido intensamente, respeitando as características de cada um. Não é esse
o tipo de sociedade que almejamos e que devemos nos empenhar a construir?”
Frei Ricardo Alberto Dias, oar
Bibliografia
RODRIGO,
José Antonio Galindo, A revelação do Deus
único com Trindade. In: Cadernos de Espiritualidade Agostiniana. n. 15.
FABRA (Federação Agostiniana Brasileira), Petrópolis: Parkgraf, 2003.
HEERDT,
Mauri L.; COPPI, Paulo de. Trindade: O
Amor Maior. Jornal: "MISSÃO JOVEM".
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