A IGREJA E A EXPERIÊNCIA DA MORTE - 02 DE NOVEMBRO.
Província Santa Rita de Cássia
Brasil
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O sentido da vida e da morte constitui
uma das grandes questões que, de modo mais ou menos explícito, todo ser humano
consciente aborda ao longo de sua vida. Nem todos encaram essa situação do
mesmo modo. A maioria quer afastar a ideia olhando para o outro lado. Com
frequência a morte se apresenta como resultado de alguma falha evitável ou como
consequência inexorável da própria finitude humana.
A experiência da morte está intimamente
ligada à Igreja. Basta olharmos e analisarmos as celebrações, especialmente das
exéquias; onde a Igreja sempre está presente com palavras amigas e de conforto,
nesta hora tão difícil.
Assim sendo, a visão cristã sobre a
morte deve iluminar e dar sentido à vida. Neste sentido, vejamos as palavras de
João Paulo II durante a oração do Angelus
em 03 de novembro de 2002:
“O
homem de hoje precisa como nunca redescobrir o sentido da vida e da morte na
perspectiva da vida eterna. Fora dela, a cultura moderna, que nasceu para
exaltar o homem e a sua dignidade, transforma-se paradoxalmente em cultura de
morte.”
Na realidade, a morte é um instante; mas
ao mesmo tempo, morrer é um processo gradativo no decorrer de nossa existência
terrena.
No dia 02 novembro, comemoramos a
memória de todos os fiéis defuntos, ou seja, o “Dia dos Finados”. O que isso que dizer? Porque e para que rezar
pelos defuntos? Estas são indagações que inquietam muitos de nós.
Primeiramente, devemos recorrer à
Sagrada Escritura, em 2 Macabeus 12,
38-46 nós encontramos o texto clássico sobre a oração pelos que já nos
precederam. Esta é uma boa oportunidade para lermos, meditarmos, rezarmos e
contemplarmos a Palavra de Deus. Busque o texto na Bíblia e leia-o. Com
certeza, você compreenderá.
Em toda Igreja, temos o piedoso e
salutar costume de oferecer a Santa Missa como sufrágio pelos que já faleceram.
Não existe melhor maneira de entrarmos em comunhão perfeita com nossos irmãos e
irmãs falecidos (as) do que através da Eucaristia. Aliás, em cada celebração
eucarística, a liturgia da Igreja nos convida a recordar nossos mortos. É o
conhecido momento por “aqueles que nos
precederam no sinal da fé e que dormem o sono da paz” (Oração Eucarística I).
Trata-se de uma antiga tradição que remonta ao período apostólico.
Em poucas palavras, o sentido
cristão-católico da oração em favor dos que já morreram e vivem no Senhor: não se trata de ato mágico como o daquela
pessoa que, querendo apressar a misericórdia de Deus, queria mandar celebrar 7
missas de 7º dia, em 7 igrejas diferentes, mas no mesmo horário em que a pessoa
falecera, ou seja às 3 horas da madrugada…
Dificilmente em alguma Igreja no Brasil,
haverá missa nesta hora, quanto mais 7. Isto se trata de superstição. A fé nos
diz: “Os que morrem no Senhor, vivem no
Senhor”. E São Paulo, escrevendo aos Romanos, completa: “O Senhor retribuirá a cada um segundo suas
obras” (Rm 2,6). E é por isso que
a Igreja reza: “Fazei que contemplem a
luz de vossa face”.
Que o dia de comemoração por todos os
fiéis defuntos nos ajude a compreendermos a dimensão cristã da morte e que, como
São Francisco de Assis, ao irmos ao seu encontro nós a possamos chamar de “Irmã Morte”, e não a “Velha com a Foice”…[1]
Por Frei Ricardo Alberto Dias, OAR
Saiba mais acessando a nossa WEB OFICIAL:
[1] Cf. RIZZI, Caetano. Qual o significado da oração pelos mortos?
In.: http://paroquiasaojoseararaquara.org.br.
Acessado em 05-10-2012.
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