PASSEIO COMUNITÁRIO E DIA DE DESCANSO DOS FRADES E SEMINARISTAS AGOSTINIANOS RECOLETOS DA CAPELINHA - 27-03-2014.
Seminário Filosófico Nossa Senhora Aparecida
Franca-SP.
Franca-SP.
“Para isto vos reunistes em comunidade. Vivei unidos numa só casa e
tende uma só alma e coração dirigidos para Deus”.
Agostinho concebia a vida
religiosa como um grupo de amigos que se reuniam para chegar à posse da
verdade. Lendo a Regra, vê-se que, na sua concepção, cada membro tinha uma
função dentro do grupo, todos, porém,
“uma só alma e coração”.
Todos deviam ajudar-se para
construir uma comunidade de vida, de ideais, de interesse religiosos e humanos,
em perfeita comunicação. Enfim, uma verdadeira comunidade de irmãos e amigos,
tendo em vista uma única meta, caminhando na mesma direção e em íntima
colaboração para a integração do grupo.
O núcleo da concepção agostiniana da vida religiosa está na tomada
de consciência da unidade e da comunhão interior entre os irmãos. Isto leva a
ter em conta os valores, a mútua ajuda, evitando o egoísmo.
Nas Confissões, Agostinho
nos fala de seu ideal, anterior à conversão:
“Éramos muitos os amigos que trazíamos o
espírito agitado. Falávamos com aborrecimento dos dissabores tumultuosos da
vida humana. Já quase tínhamos resolvido viver sossegadamente, retirados da
multidão. Tínhamos projetado aquele sossego deste modo: se alguma coisa
possuíssemos, juntá-la-íamos para uso comum, combinando formar de tudo um só
patrimônio, de tal forma que, por amizade sincera, não houvesse um objeto
deste, outro daquele, mas se tudo se tivesse uma só fortuna, sendo tudo de cada
um e tudo de todos” (Conf., 6,14).
Após a conversão escreve a
Leto que duvidava em seguir sua vocação:
“Cada um procure amar aquela sociedade e
comunhão, como está escrito: Não existia entre eles senão uma só alma e um só
coração. Desta forma, tua alma não é tua, mas de todos os irmãos. As almas
deles são tuas, ou, melhor, suas almas com a tua, não são almas, mas uma só
alma, única, de Cristo” (Epist. 243,4).
Mais claro ainda, neste
trecho:
“Não vivem em união senão aqueles nos quais
está a perfeita caridade de Cristo. Muitos irmãos vivem só corporalmente
unidos. Quem vive na unidade? Aqueles dos quais está escrito: Tinham uma só
alma e um só coração dirigidos para Deus e ninguém tinha nada próprio, mas tudo
lhes era comum” (Enarrationes in Os. 132(12).
Aí está a chave para
compreender a comunidade agostiniana. Para Agostinho a experiência de vida religiosa está penetrada
por esta dimensão comunitária. É um ponto de partida sumamente
bíblico.
Para construir esta
comunidade exige-se o fundamento da caridade. Vivendo a caridade, os irmãos:
• dedicam-se a mútuas atenções, como filhos de Deus e irmãos de
Cristo;
• entregam sua vida e tudo o que lhes pertence ao serviço do amor;
• aceitam-se mutuamente;
• sabem perdoar;
• praticam com delicadeza a correção fraterna e
• ajudam-se com orações.
O ideal da comunidade
agostiniana é realizar uma convivência em Cristo, reproduzindo, de acordo com
as exigências de cada tempo e lugar, o que vem descrito nos Atos dos Apóstolos.
Este é o ideal, bíblico e
humano, que a Ordem dos Agostinianos Recoletos propõe aos jovens de hoje. E foi
neste mesmo ideal que no último dia 27-03-2014 os frades e seminaristas do Seminário Filosófico Nossa Senhora
Aparecida (Franca-SP) desfrutaram de um dia de lazer e descanso
comunitário na cidade mineira de Cássia. Riram, brincaram, rezaram, se divertiram
em comunidade de irmãos.
Jovem, será que
Cristo está lhe chamando a segui-lo pelos passos de Santo Agostinho? Pense
nisso.
Frei
Ricardo. oar
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