PARTILHAR É SONHAR: DESOBRIGA NO MUNICÍPIO DE TAPAUÁ-AM.
Prelazia de Lábrea
Tapauá-Amazonas-Brasil
Desobriga em Tapauá-AM
Tapauá-Amazonas-Brasil
Nosso querido irmão Frei
Rodolfo Werneck, OAR, religioso da Província Santa Rita de Cássia enviou-nos notícias
sobre o trabalho missionário desempenhado por ele e demais freis agostinianos
recoletos no município de Tapauá-AM. Vale a penas ler o artigo abaixo, escrito por
ele próprio e conhecer um pouco mais da cultura ribeirinha e indígena do
Amazonas.
Entre os dias 18 e 23 de fevereiro
realizamos uma pequena desobriga com intuito de visitar as comunidades do baixo
Purus e a tribo indígena dos Apurinãs,
em Itaboa. Partimos em sentido de Manaus e durante o dia visitamos os
ribeirinhos, os flutuantes “casas construída sob troncos, na beira do rio Purus”;
muitos deles estavam fazendo a famosa “farinhada”.
A viagem contou
com a presença do Frei Miguel Peralta, Fr. Rodolfo, a Irmã Magda (Oblata) e o
Sr. Manoel (comandante). Deixamos o porto flutuante de Tapauá, na madrugada de
segunda-feira e descemos o rio. Ao longo do percurso encontramos inúmeras
famílias batalhadoras, simples e acolhedoras. Um povo que forma parte da
família de brasileiros, mesmo distante do mundo moderno lutam e sonham por dias
melhores. O sonho é de todos, por isso, não escolhe a raça, situação social,
política ou religião.
No caminho
escutamos desabafos, sofrimentos, doenças, desamparo do governo quanto aos
novos benefícios de aposentadorias, crianças não registradas, não batizadas e
casos de óbitos de “anjinhos”, crianças. Por fatalidades, infelizmente devido à
situação de viverem dentro do rio algumas acabam caindo nas águas e desaparecem
em meio às águas turvas, povoada por criaturas aquáticas: jacarés, piranhas,
etc.
Ao lado de tanto
sofrimento, para os olhos dos “brancos suburbanos” – a população ainda assim é
feliz. Mas, lutam e gritam, como a “terra gemendo em dores de parto” por dias
melhores, dias esperados, sonhados.
Ao finalizar a
viagem desembocamos a margem de Itaboa, onde vivem 3 tribos indígenas; lá em
uma delas fomos convidados pelo Valdomiro, pertencente a tribo dos Apurinãs para um encontro de resgate
cultural de três dias. Contou com a presença de vários “parentes” dos Apurinãs do Amazonas e Rondônia. Além de
funcionários da FUNAI, e de órgãos do
governo ligado ao povo indígena, de religiosos agostinianos recoletos,
antropólogos, sociólogos e alguns visitantes.
A pauta iniciou
com a situação acerca das demarcações das áreas indígenas, das lutas contra o
governo, da construção de usinas hidrelétricas, [...]. Os dias foram permeados
com danças, músicas, comidas e bebidas típicas. Sem dúvida, aprendemos um pouco
mais com os povos indígenas que também lutam por dias mais justos.
Enfim, o Brasil
tem várias “fisionomias”, várias famílias, rostos; assim partilhamos nossas
vidas e nosso ser. Partilhar é viver, partilhar é amar, partilhar é sonhar [...]
por dias melhores.
Frei Rodolfo Werneck Pereira, OAR
Ribeirinhos do Rio Purus fazendo a famosa "FARINHADA", com Frei Rodolfo ao fundo (com camiseta branca listrada)
Chegando em uma casa às margens do Rio Purus.
Barco Santa Rita: Paróquia de Tapauá.
Rio Purus.
Casas flutuantes.
Curumim da Tribo dos Apurinãs.
Curumins da Tribo dos Apurinãs.
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