A Vida Religiosa Agostiniana Recoleta.



No artigo anterior refletimos acerca dos diferentes tipos de vida religiosa existentes e que estas são chamadas a ser sinal escatológico do reino de Deus, independente das diferentes formas de vida religiosa existentes, são chamadas a serem sinal do Reino em meio aos homens. Entre as diversas ordens surgidas ao longo do tempo da Igreja, gostaria de destacar Entre as diversas famílias religiosas a Ordem dos Agostinianos Recoletos, esta ordem surgida em Castela, Espanha, no século XVI, alguns religiosos agostinianos da impulsionados por um especial carisma coletivo, desejariam viver, com fervor renovado e com novas normas a vida consagrada segundo a regra e a espiritualidade de Santo Agostinho. Não gostaria aqui de me estender refletindo acerca da história da Ordem, uma vez que já podemos encontrar muitas informações seja no site da província ou no site oficial da Ordem, mas sim apontar alguns traços especiais característicos do carisma agostiniano recoleto.
Primeiramente, assim como escrito ao principio de nossa regra: “Antes de tudo caríssimos irmãos, amemos a Deus; depois, também ao próximo, porque estes são os principais mandamentos que nós recebemos”. 


Gostaria de sublinhar este primeiro ponto de nossa regra, pois em síntese resume aspectos importantes de nosso carisma. Vejamos a seguir:
Vida contemplativa: “Ante de tudo amar a Deus.” Este fator comum á toda vida Cristã, não apenas á vida religiosa, mas a todos os batizados, deve na vida do agostinianos recoletos ter uma proeminência. E o meio para alcança-lo é a vida contemplativa, a oração, conforme também nos recordam nossas constituições: “O agostiniano recoleto sente que sua vida está orientada para Deus como fim último e único. O conhecimento e o amor de Deus, sem outra recompensa que o próprio amor, constituem o exercício do amor castus da contemplação, que é o principal cuidado” #(Constituições n. 9). Nesta busca desta conversação com Deus o religioso Agostiniano recoleto deve buscar uma vida de interioridade, intimidade com a palavra de Deus, silencio e oração, para crescer na comunhão com Deus, e em seguida buscar irradiar na vida comunitária e apostolica os frutos desta vida com Deus.

           Portanto o segundo passo a ser seguido é a partir da vida contemplativa buscar irradiar na vida comunitária o amor nascido da contemplação de Deus.
A vida comunitária e a comunhão de bens eram dois aspectos sumamente importantes e fortemente unidos para Santo Agostinho. “ A perfeita comunidade Agostiniana (...) é uma comunidade de amor, nascida e sustentada na graça de Deus e consagrada a seus serviço, uma comunidade de vida simples e sóbria, em que tudo se possui em comum, talentos, afetos dos coração e bens materiais (...), uma comunidade que vive o dialogo fraterno, que embora careça de uma missão concreta e determinada, deve estar sempre atenta a voz do Senhor e as necessidades da Igreja”

       E por fim, a dimensão apostólica do carisma agostiniano: assim como nos recorda nossas constituições, o amor contemplativo, além de unir as almas e corações na vida em comunidade, é difusivo e apostólico por si mesmo. O Santo de Hipona, embora buscasse inicialmente a vida monástica, de oração e estudo, viu-se levado á atender as necessidades do povo de Deus no apostolado. Desta mesma forma, os agostinianos devem ter em conta esta disponibilidade para escutar a voz do senhor e atender as necessidades da Igreja, aonde ela se apresentar. Conforme nos recorda Francisco Moriones: “refletindo o pensamento de santo Agostinho, as Constituições afirmam que o amor contemplativo é difusivo e apostólico (n. 23). Assim o entendeu a recoleção desde os seus primeiros anos, empreendendo o apostolado das missões (...), e diversificando gradualmente as tarefas pastorais, e dando especial ênfase ao apostolado educacional na segunda metade do século XX.” 
           Mais do que um ter um trabalho e missão específicos, o religioso agostiniano recoleto é chamado a SER. SER contemplativo, comunitário e apostolo através da vivencia da caridade que brota da conversação com Deus e se difunde na comunidade religiosa e eclesial.

Fr. Sérgio Sambl

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