ATEÍSMO: “O HOMEM DESNIVELOU O EQUILÍBRIO ENTRE O SACRO E O SECULAR, CRIANDO ASSIM, UMA CONJUNTURA SOCIAL SEM DEUS, ATÉIA”.

Província Santa Rita de Cássia
Brasil


Compartilhamos aqui um artigo escrito pelo religioso Frei Ricardo Alberto Dias, OAR, no qual nos convida a refletirmos sobre o ATEÍSMO:


 
 
        A nossa tendência é sempre desprezar os ateus, não dando-nos oportunidade de dialogarmos sem preconceitos, não impondo concepções de ambas as partes.

        Desde os primórdios da humanidade, o ateísmo sempre esteve presente em nosso meio. Há, portanto, duas maneiras de ser ateu: “Não crer em Deus (ateísmo negativo), ou crer que Deus não existe (ateísmo positivo, ou menos militante). Ausência de uma crença ou crença numa ausência. Ausência de Deus ou negação de Deus”[1].

        Porém, há várias estratégias para dialogar com os ateístas, algumas como a purificação da linguagem, a não imposição dos conceitos pré-formados e outras mais. No entanto, nem todo homem e nem toda cultura aceita a existência de Deus e o diálogo “crente-ateu”.

        Todas as correntes ateístas existentes na América-Latina são modelos europeus, pois aqui não há uma corrente ateísta propriamente dita.

        Um dos fatores mais significativos que levam ao ateísmo é a Secularização. O homem desnivelou o equilíbrio entre o sacro e o secular, criando assim, uma conjuntura social sem Deus, atéia.

        O papa São João Paulo II falou aos participantes do “Congresso sobre Evangelização e Ateísmo”, em 10 de outubro de 1980 que, o ateísmo é um dos maiores dramas da sociedade atual.

        Nos tempos atuais, a forte convicção ao Humanismo Teórico nos levam a concentrar toda nossa fé no homem e não em Deus. Portanto, devemos reavivar nossa fé nos diversos espaços culturais de nosso tempo e encarnar os valores do Humanismo Cristão[2].

        Entre os vários tipos de ateus, àquele com que mais dificuldade se consegue ter um diálogo, é o ateu prático, pois, este afirma com suas próprias palavras ser crente, no entanto com seus atos práticos se contradiz, demostrando-se ateu. Como dialogar com alguém que não tem uma concepção formada de seu estado de crença ou não?

        Creio que somente com uma fé madura, o amor fraterno, o testemunho religioso e o anúncio do Evangelho, poderá haver uma possibilidade de diálogo. Enfim, com o testemunho fiel dos crentes, é possível mostrar aos ateus o Deus maravilhoso que nos criou e nos ama.

Frei Ricardo Alberto Dias, OAR

 




[1]- COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. Trad.: Eduardo Brandão. Martins Fontes: São Paulo, 2003. Apud. Ateísmo (p.64).

[2]- Santo Agostinho é o Santo Padre da Patrística que mais faz referência ao Humanismo Cristão. A Verdade, Deus, habita no interior do homem. O ateu é aquele que busca fora, aquilo que se encontra dentro de si próprio. 

 



 
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