NOTÍCIAS DA PRELAZIA DE LÁBREA-AM: A ALDEIA APURINÃ DE TAUAMIRIM-TAPAUÁ ABENÇOA A IGREJA DEDICADA A SÃO JOSÉ.

Prelazia de Lábrea
Tapauá-AM



No dia 19 de março foi abençoada a igreja de madeira construída pelo povo apurinã da aldeia Tauamirim-Tapauá, na Prelazia de Lábrea (Amazonas, Brasil), dedicada a São José, padroeiro da aldeia.

Faz muitos anos o sonho da comunidade era ter uma igreja dedicada a São José. O senhor Adalberto Apurinã, muito idoso, e seu irmão Julio, cego, com o apoio da paróquia, lutaram até conseguir realizar o desejo. Iniciou-se a construção no ano passado e já está construída. Os parentes vieram das outras aldeias apurinãs: Pupunha, São João, Santo Antonio, Itaboca- algumas delas está há vinte horas em canoa-, foram chegando para participar da festa.

Toda noite do dia 18 ao 19 passaram dançando a dança típica apurinã, o “xingané”. No início a chuva dificultou. A praça da aldeia se transformou num lameiro. Antes da meia noite a chuva parou e o povo dançou até o dia amanhecer, mastigando a folha “badú”, que lhes faz resistir ao cansaço.

Ao longo da manhã foram chegando as famílias da comunidade Santo Ezequiel Moreno de Tauamirim. A celebração, presidida pelo agostiniano recoleto Miguel Angel Peralta, começou com a benção da igreja e a procissão. Estavam presentes também as irmãs oblatas Dora e Gertrude, que estavam visitando as aldeias e comunidades dos rios, alguns professores indígenas e amigos da aldeia.

Durante a procissão, o senhor Adalberto levava a imagem de São José sobre sua cabeça, como se fosse o andor, e passeou por toda a aldeia, cantando e pedindo a proteção para todas as famílias. Durante a celebração foram batizadas duas crianças apurinãs e um jovem recebeu o sacramento da crisma.

Prepararam almoço para todas as visitas com carne de anta e queixada, dois dos animais do mato, que os mesmos indígenas percebem que estão em perigo de extinção. Pela tarde, mesmo com a chuva, jogaram várias partidas de futebol entre as diferentes comunidades. Chegou a noite a festa continuou.

Que uma comunidade indígena da prelazia de Lábrea construa uma igreja dedicada a um santo, celebre a festa com procissão e peça a um missionário que os acompanhe, é um fato insólito, porque quase sempre os missionários tem tido dificuldades para poder atender e acompanhar aos povos indígenas no aspecto religioso, e não por parte destes, mas por exigências das orientações do governo e determinadas formas de conceber a pastoral. Os religiosos que entram no Brasil tem que assinar um documento onde se comprometem a não trabalhar com os povos indígenas.

Também a comunidade São José da cidade de Tapauá celebrou o tríduo em honra do santo padroeiro e, mesmo que a chuva fosse constante, a fé de muitos devotos foi mais resistente que a abundante água: a procissão se celebrou com chuva pelas ruas do bairro de São João e Mutirão com excelente participação.

Fonte: http://www.agostinianosrecoletos.org
Edição: Frei Ricardo, oar
 









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